Angústia da Municipalidade

Neste último domingo (6), o Brasil assistiu aflito às eleições municipais, em especial para Prefeitura de São Paulo, havendo um empate técnico entre Ricardo Nunes (MDB) atual prefeito de São Paulo, este que entrou como vice-prefeito e assumiu após a morte de Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal e líder do MTST, que concorre pela segunda vez a prefeitura. Já o mais polêmico e controverso candidato, Pablo Marçal (PRTB) conhecido coach e empresário, este que em 2022 tentou concorrer a presidência mas não levou adiante devido a questões internas do partido, então tentou disputar uma vaga de deputado federal, vaga está que foi perdida por irregularidades em seu registro, não conseguiu alcançar o segundo turno.

A disputa será entre Boulos e Nunes. Marçal, que não pode chegar ao segundo turno, ainda corre o risco de ser cassado pela publicação de um laudo falso contra o candidato esquerdista, o acusando de ser um usuário de drogas. Lucas Sabal afirma o seguinte: “Fernandes (Presidente do TRE-SP) afirmou que, caso se confirme a fraude no laudo contra Boulos, Marçal pode enfrentar sanções. O laudo associa o candidato do PSOL ao uso de drogas. “Se houver irregularidade, qualquer candidato pode ser cassado em qualquer momento, seja entre os turnos ou após o diploma. Tudo depende das provas e do tipo de ação. Quem desrespeita a lei será punido, mesmo que demore”, disse Fernandes.”[1]

Porém, o que fez ele ficar tão conhecido no meio político? Com certeza não foi por propostas inovadoras. De forma superficial, duas coisas podem ser apontadas como a razão de sua popularidade: eloquência e performance. Sua oratório esbanjava o confronto, suas ações eram arriscadas, sua atitude era mais explosiva do que expositiva contra os seus adversários, isso tudo direcionava o público ao pão e circo que todos queriam ver dentro e fora dos debates e, desta, forma sua própria confusão pavimentou sua derrocada.

Destaco o seguinte pensamento do Chefe: “Vemos a liberdade dos maus e a coação dos bons; o domínio dos aventureiros, a geral desmoralização administrativa, o império da negociata e da gorjeta.”

A política não fabrica mais estadistas, as câmaras são mais semelhantes à bancas de negócios do que centros das aspirações e preocupações públicas. A novidade é um desses aventureiros políticos que alçou um grande voo, quase conquistou segundo turno na maior e mais importante cidade na América Latina, mas eu mesmo me questiono, quantas cidades os mesmos aventureiros de plantão tomarão posse? Ou melhor, em quantas cidades ainda se mantém uma espécie de dinastia de prefeitos, ou quantas pequenas cidades esquecidas que são reféns de caudilhos que ditam em quem votar?

Como poderia me esquecer, também, da boca de urna, a compra de votos com festas, churrascos, a passagem de um candidato em uma região em que magicamente iniciou uma reforma em alguma localidade pública a tanto tempo abandonada; as promessas infundadas de candidatos a vereadores para seus eleitores, e é claro, a intensa mobilização do crime organizado em escalar seus representantes para a esfera de poder público. Nestes casos, não existem direitas ou esquerdas, existe apenas o interesse de indivíduos em ascensão política e a influência de Estados dentro Estado.

A democracia liberal não está somente fraca e impotente, mas cada vez mais se aproxima de um tipo de regime do “Café com Leite”, não pelo comando de oligarquias provinciais, mas por personalidades partidárias como Lula e Bolsonaro, os donos consolidados do cenário político.

Dito isso, vemos diariamente a Nação enfraquecer-se, definhando lentamente, mostrando falsas aparências de um progresso brilhante. Como integralistas, é nosso dever estar a par da realidade local, interferir e influenciar nela de modo sadio e cívico. Nós devemos cobrar nossos vereadores e prefeitos. Se os bons homens estiverem calados, os carniceiros e aproveitadores se sentirão mais a vontade em, mesquinhamente, deter poder público. Mas tu, camisa-verde, não deves ser um desses bons homens calados. Seja uma voz ativa da profunda admiração e respeito pelo seu município e as famílias e grupos que o compõe, milite em prol de honra a Deus, abençoar tua Pátria com seus esforços objetivo de engrandece cada Família da sociedade brasileira em sua localidade.

Como sentinela do Brasil, o integralista há de construir uma grande Nação. Por isso, devemos observar a política municipal com tanto afinco quanto a política nacional. A politicagem não ocorre apenas nos círculos de congressistas em Brasília, mas também nas obscuras rodas fechadas de vereadores.

Autor: Matheus Lima.

Notas:

[1] Gazeta do Povo. Pablo Marçal pode se tornar inelegível para as próximas eleições. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/pablo-marcal-pode-se-tornar-inelegivel-para-as-proximas-eleicoes/.

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